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POLIBIO GOMES DOS SANTOS

 

( Portugal )

 

Políbio Gomes dos Santos (Ansião, 7 de Agosto de 1911 — Ansião, 3 de Agosto de 1939, foi um poeta português.

Políbio, frequentou o Instituto Militar dos Pupilos do Exército em Lisboa e terminou os seus estudos liceais em Coimbra, tendo aí ingressado na Faculdade de Letras e Direito.

Devido a ter adoecido em Setembro 1938 com tuberculose, esteve internado no Sanatório da Guarda.

Foi um dos colaboradores dos Cadernos da Juventude, da Presença, do Sol Nascente e do O Diabo, assim como fez parte do grupo Novo Cancioneiro de tendência neo-realista.

Actualmente, existe o prémio literário Políbio Gomes dos Santos em homenagem ao poeta.

 

 

POEMA DA VOZ QUE ESCUTA

 

Chamam-me lá em baixo.
São as coisas que não puderam decorar-me:
As que ficaram a mirar-me longamente
E não acreditaram;
As que sem coração, no relâmpago do grito,
Não puderam colher-me.
Chamam-me lá em baixo,
Quase ao nível do mar, quase à beira do mar,
Onde a multidão formiga
Sem saber nadar.
Chamam-me lá em baixo
Onde tudo é vigoroso e opaco pelo dia adiante
E transparente e desgraçado e vil
Quando a noite vem, criança distraída,
Que debilmente apaga os traços brancos
Deste quadro negro - a Vida.
Chamam-me lá em baixo:
Voz de coisas, voz de luta.
É uma voz que estala e mansamente cala
E me escuta.

( in 'Voz que Escuta')

 

 

        EPITÁFIO

 

Menino, bem menino, fiz o meu balão

Papel de seda às cores...

- Tantas eram!

Ai, nunca mais as vi, nos olhos se perderam.

Quando a tarde morria o meu balão subiu

E tão direito ia, tão veloz correu

Que eu disse: "Vai tombar a Lua

E talvez queime o céu."

 

Anoiteceu.

E no horizonte o meu balão era uma rosa

Vermelha, não minha, aflitiva,

Murchando,

Poisando na água pantanosa

De além.

 

Ninguém o viu.

 

Ninguém colheu a angústia dum balão ardendo.

Somente a água verde rebrilhou acesa,

Clamorosa e podre,

Como nos incêndios de Veneza

E rãs, acreditando o mal mortal e seu

Foram fugindo, pela noite fria,

Do balão que ardeu.

 

Ó tu, quem sejas, o balão fui eu!

 

 

 

*


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Página publicada em novembro de 2021

 

 


 

 

 
 
 
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